Dado o alto consumo atual de açúcares livres pela população, a redução da ingestão de açúcar é desafiadora e requer abordagens direcionadas, incluindo a promoção de escolhas mais saudáveis, reduções no tamanho das porções e reformulações de alimentos e bebidas. Os açúcares podem ser substituídos pelos adoçantes/edulcorantes e ajudar a diminuir a densidade energética dos alimentos e bebidas, o que, por sua vez, pode significar uma economia significativa de calorias.

Os adoçantes são os produtos que conferem sabor doce aos alimentos, podendo ser de mesa ou dietéticos, enquanto os edulcorantes são os componentes dos adoçantes, os aditivos, ou seja, são adicionados intencionalmente para conferir o sabor doce sem o propósito de nutrir.

Os adoçadores podem ser classificados em calóricos, sendo no geral os açúcares e os polióis (açúcar de álcool) e de baixa caloria (nutritivos ou hipocalóricos) são em geral menos doces que a sacarose, mas possuem propriedades de volume similares, ao mesmo tempo que fornecem menos calorias por grama comparativamente ao açúcar (sacarose). Isso vale para o consumidor final, ao comprar o adoçante de mesa (edulcorante + veículo). Na indústria o edulcorante é utilizado sozinho.

Os edulcorantes aprovados pela ANVISA (2008) incluem:

  • Acesulfame K (INS 950)
  • Aspartame (INS 951)
  • Ciclamato ou ácido ciclâmico (INS 952)
  • Sacarina (INS 954)
  • Sucralose (INS 955)
  • Glicosídeos de esteviol (INS 960) 
  • Neotame (INS 961)
  • Advantame (INS 969)
  • Sorbitol (INS 420)
  • Manitol (INS 421)
  • Isomalte (INS 953) 
  • Taumatina (INS 957)
  • Maltitol (INS 965)
  • Lactitol (INS 966)
  • Xilitol (INS 967)
  • Eritritol (INS 968) 

Alguns têm limites de uso estabelecido de acordo com categorias de produtos, enquanto outros são considerados para uso segundo ‘boas práticas de fabricação’ (ou seja, na quantidade necessária para realizar sua função, sem um limite estabelecido), segundo a legislação da ANVISA.

Os edulcorantes possuem diversas estruturas, formas e fontes, conferindo propriedade e poder de doçura diferentes uns dos outros, de tal modo que se ligam a receptores gustativos diferentes promovendo o estímulo do sabor doce, mas sem efeito calórico compensador.

Cada tipo de substância é metabolizada de uma forma. Compreendendo isso, os edulcorantes possuem diferentes percursos no metabolismo, onde são metabolizados e excretados, com exceção do Ace-K, da Sacarina e da Sucralose que não são metabolizados e são excretados na urina e fezes. 

Figura: poder de doçura dos edulcorantes comparado a 1 grama de sacarose 

Lara Natacci

Nutricionista. Mestre e doutora em Ciências pela Faculdade de Medicina da USP. Pós-doutoranda em Nutrição pela Faculdade de Saúde Pública da USP. Certificada em Coaching de Saúde e Bem Estar pelo American College of Sports and Medicine – ACSM. Fez especialização em Transtornos Alimentares na Universidade de Paris V, em Bases Fisiológicas da Nutrição no Esporte pela UNIFESP e em Nutrição Clínica Funcional pela UNIB. Membro do comitê consultivo do Entre Solos, iniciativa do Pacto Global da ONU. Coordenadora da comissão de Comunicação da SBAN – Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição. Diretora Clínica da Dietnet Nutrição, Saúde e Bem Estar. 

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