Como estratégia para a redução mundial da incidência de doenças não transmissíveis (tais como as cardiovasculares, as respiratórias crônicas ou a hipertensão), há anos a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que os países membros desenvolvam ações que contribuam para a promoção da saúde das pessoas. Nesse contexto, a OMS propõe que os países incentivem uma alimentação saudável e a realização habitual e cotidiana de atividades físicas, ou seja, 300 minutos de exercícios físicos leves por semana.
No que diz respeito à alimentação saudável, um ponto a ser destacado é a recomendação do consumo expressivo de hortaliças e frutas. Estes vegetais, no entanto, possuem alta carga de contaminação por micro-organismos, que podem causar Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs). De maneira geral, elas causam sintomas variados, como náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal, dor de cabeça, entre outros. Pessoas com sistema imunológico comprometido por tratamentos médicos, crianças e idosos podem apresentar agravamento destes sintomas, e assim uma DTA pode levar à morte em casos mais graves.
Para evitar as DTAs, é fundamental a correta higienização dos vegetais, em especial daqueles que serão consumidos crus e/ou com casca, no preparo de saladas, sucos e sobremesas. Ou seja: lavá-los um a um, ou folha a folha, sob água corrente, retirando com as mãos resíduos de terra, poeira, possíveis larvas, etc. Para que a higienização seja efetiva, no entanto, os vegetais precisam ficar por um tempo de molho em solução desinfetante. Os produtos mais usuais são aqueles à base de cloro, de várias marcas, facilmente encontrados no mercado e com indicações de diluição e tempo de contato específicos, que devem ser respeitados rigorosamente para garantia de eficácia.
Todos esses produtos podem ser substituídos por água sanitária, desde que o rótulo da embalagem do produto indique sua utilização para higienização de alimentos. Nesta situação, a diluição indicada é de uma colher de sopa da água sanitária para cada litro de água, por 15 minutos de imersão. Após a etapa de desinfecção, os alimentos devem ser enxaguados em água corrente, para retirada do excesso de cloro, que pode comprometer o sabor dos vegetais.
Algumas pessoas utilizam vinagre ou ainda detergente neste processo. Importante ressaltar que os detergentes em geral não devem se aplicados aos alimentos, pois possuem em sua composição substâncias que podem permanecer no alimento e causar algum malefício, e o vinagre não tem ação bactericida, não contribuindo para eliminação dos micro-organismos que causam as DTAs.
Jurucê A. Gomes Borovac
Doutora em Ciências pela UNIFESP e
Docente do Centro Universitário São Camilo (Nutrição)