A ora-pro-nobis é considerada uma “planta alimentícia não-convencional” (PANC). No entanto, dada a facilidade de cultivo, o seu valor nutritivo e a tradição de consumo em algumas regiões do Brasil, como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Nordeste, bem que poderia figurar como uma planta mais “convencional” no cardápio do brasileiro.

“A ora-pro-nobis já foi bastante utilizada na alimentação, mas, infelizmente, caiu em desuso”, conta a nutricionista e docente do Curso de Nutrição da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Andrea Carvalheiro Guerra Matias. “Até mesmo no meio rural, onde as pessoas já não sabem mais quais ‘matos’ têm potencial alimentício.”

Justamente por isso, a cactácea também foi uma das plantas nativas do Brasil escolhidas para integrar o projeto “Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade para Melhoria da Nutrição e do Bem-Estar Humano” (https://sibbr.gov.br/), coordenado pelo Instituto Internacional de Recursos Genéticos Vegetais, o Biodiversity International. O projeto, conta Andrea, “teve como intuito, justamente, resgatar o consumo de plantas nativas do Brasil, garantindo uma nutrição mais diversificada e de menor custo para a população”.

E a ora-pro-nobis, também conhecida como cacto-rosa, jumbeba e rosa-madeira, dependendo da região do País, se encaixa perfeitamente nesta proposta. A começar pela facilidade de cultivo e de ser encontrada em fundos de quintal, terrenos baldios e até em áreas públicas, como praças, pois suas flores são bastante ornamentais. E, logicamente, pelo seu valor nutritivo.

Andrea conta que as folhas, por exemplo, possuem elevado teor de proteínas, quando comparadas a outras hortaliças. Além disso, as folhas cruas são ricas em ferro (7,14 miligramas a cada 100 gramas), zinco (13,5 mg/100 g) e fonte potencial de substâncias bioativas, como carotenoides e flavonoides.

As duas espécies de ora-pro-nobis comestíveis, P. aculeata e P. grandifolia, têm folhas tenras e grossas, comparadas às do caruru, da couve e do espinafre, e são usadas tanto na forma crua quanto processada, como em farinhas, saladas, refogados, sopas, omeletes, tortas e massas. Com os frutos, a culinária popular aprendeu a fazer sucos, geleias, licores e gelados.

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