É possível consumi-la em sopas e pratos salgados como tortas e quiches, mas as folhas não devem ser ingeridas cruas, pois apresentam o efeito tóxico do ácido oxálico

Já pensou em fazer uma feijoada e, para acompanhar, utilizar, em vez de couve, a brasileiríssima taioba? É uma substituição bastante possível, já que as folhas da taioba (Xanthosoma saggitifolium), quando refogadas, ficam com sabor e aspecto bem semelhantes aos da couve.

E não perdem nada em nutrientes. Ao contrário. Além de muitas fibras – importantes para a saúde do intestino -, as folhas da taioba são ricas em carotenóides, vitamina C, e também em cálcio, fósforo, magnésio, manganês, cobre, zinco e potássio. Com a vantagem, ainda, de que se aproveita tudo da taioba na cozinha:  folhas, talos e o rizoma.
Por causa dessa versatilidade, e por ser nativa do Brasil, a taioba foi uma das plantas selecionadas no projeto “Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade para Melhoria da Nutrição e do Bem-Estar Humano” (https://sibbr.gov.br/), coordenado internacionalmente pelo Instituto Internacional de Recursos Genéticos Vegetais, o Biodiversity International e tendo como agências implementadoras o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) e a FAO-ONU (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura).
A nutricionista e docente Curso de Nutrição da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Andrea Carvalheiro Guerra Matias, conta que um dos objetivos do projeto, do qual o Mackenzie participa, é conservar e promover o uso sustentável da biodiversidade em programas que contribuam para melhorar a segurança alimentar e a nutrição humana. “Além disso, tenta resgatar o valor cultural desempenhado por muitas espécies alimentícias – caso da taioba”, continua.

Atualmente, esse vegetal é cultivado e consumido principalmente em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia. Mas o potencial alimentar e adaptação agroclimática da taioba permitiria que ela se expandisse para várias outras regiões do País, melhorando e diversificando o cardápio dos brasileiros – predominantemente pobre em vegetais e fibras – com uma rica e barata fonte de nutrientes.

Além das folhas refogadas, é possível consumir a taioba em sopas, e pratos salgados, como tortas, quiches, pastéis e o que mais a imaginação culinária e cultural do brasileiro permitir. Andrea alerta, porém, que as folhas da taioba não podem ser consumidas em saladas, pois, cruas, apresentam o efeito tóxico do ácido oxálico (oxalato de cálcio). “Essa substância causa irritação na mucosa da garganta, coceira e a sensação de asfixia”, adverte. 

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